Plutão como o Diabo apocalíptico

Quando a força e poder de Plutão, de Dionísios, da Kundalini, do oculto, da mudança é reprimida, recalcada, Plutão vira Diabo, e o pior, Diabo apocalíptico!!!

É sabido que aquilo que se reprime, recalca, vira revolta no inconsciente. É sabido que sempre que se desafiam tabus, costumes ou acordos estabelecidos, ataca a culpa, o remorso, ódio, vingança, emoções negativas, e a pessoa atrevida, entra em perturbação.

O diabo apocalíptico é o mesmo que o Monstro mau na cabeça das crianças que são amedrontadas pelos adultos perversos. O diabo é uma entidade que existe como antagônica ao Deus bom e benevolente das religiões do mundo que se estrutura na dialética do Bem e do Mal.

O Deus do mal é criação do medo da Morte, da Dor e do Sofrimento. Quando a Morte, a Dor e o Sofrimento são recebidos com naturalidade, o diabo não se apresenta. A única maneira de se libertar do medo é aceitando a inevitabilidade da morte, da dor e do sofrimento. O medo delas não vai evitar que sejam vividas, caso estiverem no destino da pessoa. Então o medo não tem utilidade nenhuma, pode ser descartado. Quando se vence o medo, o bruxo Dom Juan diz que se ganha a visão.

A faceta infernal do Diabo, é sustentada pela visão de uma sociedade e cultura que, para proteger a sociedade de seus desvios, cria o castigo, a violência contra o erro e a falta.

Quando o diabo o visitar, receba-o e dialogue com ele. Prefira enfrentar seus fantasmas, sombra e chegar a um entendimento com elas, ao invés de ficar fugindo delas, entrando cada vez mais no umbral, na fantasia perversa do mal e do castigo.

Quando a pessoa, por medo, resiste aceitar a morte, a perda, a mudança e se deixa levar pelas emoções negativas (vingança, ódio, lamento, queixa, desespero, amargor) sua vida vira um inferno e Plutão vira Diabo, Besta, o Mal.

A pessoa na perturbação, no umbral, e nas emoções negativas entra na roda cármica da lei da ação – reação, que vai a sugando, vampirizando, complicando a cada vez mais, até chegar no ponto em que a força da Lei a destrói ou a faz acordar.


Imagem

mundo judaico cristão

Lúcifer, Diabo, Satã é a entidade sobrenatural, o deus maligno da tradição judaico-cristã. Em sua forma original era um anjo querubim, responsável pela guarda celestial. Foi expulso do Céu por ter criado uma rebelião de anjos contra Deus com o intuito de agir com independência.

No mito da origem do homem segundo a Bíblia, o Diabo já estava presente conduzindo o homem e a mulher ao pecado original. Em toda a história do cristianismo o Diabo sempre esteve presente como figura líder de seus opositores, e não crentes. Aos chamados filhos do diabo, ou possuídos pelo Diabo o poder eclesiástico e a sociedade cristã sempre castigaram com crueldade, pode-se dizer sádica e diabólica.

Na representação popular é de pele cor vermelha, com feições humanas, chifres, rabo pontiagudo e um tridente na mão, para remeter a um cetro.

Segundo a crença dos cristãos, o Diabo existe e comanda no inferno, onde leva as almas expulsas do Reino de Deus. Ao Diabo, segue toda uma hierarquia espiritual e exércitos do mal, que têm por missão roubar, conquistar as almas do Reino de Deus, através de tentações que os levam a pecar.


o livro de João: Apocalipse-revelação

"A literatura apocalíptica tem uma importância especial na tradição judaico-cristã-islâmica, ao veicular crenças como a ressurreição dos mortos, o dia do Juízo Final, o céu, o inferno, a batalha entre o bem e o mal, e dicas importantes para os crentes nos tempos finais, que são ali referidas de forma mais ou menos explícita.

O autor do Livro do Apocalipse da Bíblia, apresenta-se a si mesmo como João e escreve em Patmos pequena ilha do Mar Egeu onde se encontra desterrado por causa da fé (1,9). A tradição identificou este João com o Apóstolo João, mas não existem argumentos suficientes para o comprovar (Mt 4,21; Jo 21,1-14).

Para os cristãos, o livro, descreve em linguagem metafórica e profético os acontecimentos em torno do retorno do Messias de Deus, Jesus a Terra, e o fim do Satamas e seu Reino na Terra.

Protestantes, Pentecostais e Católicos entendem que o previsto no livro de João, já está acontecendo.
O livro caracteriza-se por imagens grandiosas e simbólicas, constituídas por elementos da natureza, apresentadas em forma de visões, e “explicadas” ao vidente por um anjo. Tais imagens são tiradas do Antigo Testamento, dos apocalipses judaicos, dos mitos e lendas antigas. Assim, o papel dos anjos (7,1-3); o livro selado (5,1); o livro para comer (10,1-11); as trombetas (8,2); as taças (15,7); os relâmpagos e trovões (4,5; 10,3).

O livro pretende responder à questão:  

Quem manda no mundo? Os tiranos, os senhores da Terra, o Diabo ou o Senhor do Céu, Jesus?

Este paralelismo entre o Céu e a Terra assegura aos crentes que Deus os acompanha a partir do Céu, e a História segue o seu curso na Terra sob o controle de Deus e não sob o controle dos poderes do Mal.
O “vidente (João)” vive na terra mas vê o que se passa no Céu e transmite aos seus irmãos sofredores a certeza de que Jesus está com eles e a sua vitória está para breve.

O simbolismo, por vezes irracional, de que o autor se serve para transmitir esta esperança aos perseguidos, assegura aos cristãos que o Reino de Deus ultrapassa a História que eles estão a viver, mas admite outras interpretações".

Sites com o livro do Apocalipse:
http://www.capuchinhos.org/biblia/index.php?title=Livro_do_Apocalipse
http://www.espirito.org.br/portal/publicacoes/biblia/66-apocalipse.html
http://www.estudosdabiblia.net/a7.htm
http://www.espada.eti.br/index.htm



Imagem  

Apocalipse na pessoa

Os quatro cavaleiros do apocalipse estão dentro de nós. O desafio é os encarar com amor, carinho, entendimento, arte e os desarmar. Logo vou escrever sobre os cavaleiros do apocalipse: Fome, Peste, Guerra, Morte.

Cada um está sendo desafiado a iluminar dentro de si o que é o Bem e o que é o Mal, o que é feio, bonito, o que é bom, ruim, o que é gostoso, desagradável, o que é Deus, o Diabo? Até agora, esta função correspondia a sacerdotes e legalizados pela Tradição. A maioria estruturava sua visão de mundo e do espiritual a partir do ditado nas interpretações dos textos sagrados pelos sacerdotes, padres, teólogos, fundadores de igrejas.

A Era de Aquário-Leão conecta a pessoa direto na rede espiritual, terrenal, infernal. Cada um é desafiado a se colocar, participar, experimentar o plano espiritual, terrenal, infernal e chegar a suas próprias conclusões.

Eu particularmente não acredito no reino de um Diabo mau que age de por si. Acredito que neste mundo dialético, determinadas forças e situações podem se associar ao Mal, desde um determinado olhar e ao mesmo tempo, desde outro olhar, podem se associar ao Bem. Neste mundo tudo é relativo e impermanente.

Aceito que quando se vive no drama, ignorando a Lei e Inteligência deste mundo, se pode entrar em enredos onde o Mal e o Bem são personagens ativos. Aceito que muitos irmãos vivam num mundo regido pela luta entre Deus e o Diabo, entre o bem e o mal. Já vivi, se descuido, vivo.

Na atualidade vejo a vida como um processo, onde sempre estamos mudando, enquanto sensibilidade e consciência se expandem. Percebo como costumes, tabus assimilados do sistema familiar, cultural quando tensionados conduzem a estados negativos. Mas, quando se vai além do circuito costume-tabu-acordos, o que antes era um inferno, se pode tornar paraíso ou vice-versa ou misturados. 
Sei quantas atrocidades e barbaridades muitos irmãos vivem, mas penso que não são devidas ao Diabo, mas à ignorância, ao desconhecimento de si, às repercussões de uma vida de sofrimento, carências e às vezes martírio.

Já conheci assassinos, torturadores e torturados, e o que vejo neles não é o Diabo, mas uma sociedade que ainda não consegue acolher humanamente seus filhos, e assim, cria situações infernais de vida para muitos deles e depois se surpreende quando eles agem transbordando de ódio, vingança, desespero. Para mim, quem cria o Mal é a ignorância, a falta de sensibilidade, inteligência para dar conta da criação e necessidades dos seres humanos. O homem nesse sistema competitivo e cruel, vira Besta.
E esse estado não é responsabilidade de ninguém. Ainda estamos nesse momento social. Já avançamos muito nos últimos 50 anos, mas ainda falta muito, e teremos que ter paciência e compreensão.
Em Plutão-Dionísios-Diabo não consigo ver o Mal, ao contrário, sinto o Bem, o Gostoso, adoração. Quando não dou conta dos desafios, claro que sinto o impacto, tensão, até dor e sofrimento, aí morro no que me pega, e renasço com mais amplitude.

Acredito numa Inteligência Superior que comanda tudo o que existe, mas muito além dessa dicotomia do Bem e do Mal.

Por isso, o apocalipse-revelação que estamos vivendo, mais que uma cena global, é no interior de cada um e a cada instante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário